Sê Valente | Maria

Desde criança eu cresci ouvindo que Maria era uma mulher humilde, passiva e piedosa, mas será que é só isso? Será que só olhamos para o Maravilhoso Milagre que foi: Jesus se fez homem para nos dar a redenção, e não vemos Maria?… E Maria? Quando eu paro para pensar em Maria – a mãe de Jesus, penso em uma adolescente interiorana, sem projeção social, humilde e cheia de sotaques rústicos. Poderia ser alguma de nós, não é? Poderia, mas qual seria a nossa atitude em relação à Missão que foi dada a Maria?

Quando Maria recebeu essa tarefa pelo anjo Gabriel, imagino como a mente dela ficou anuviada com a expectativa de engravidar sendo virgem e de casamento por contrato (de acordo com o costume dos judeus daquele tempo, os que iam se casar firmavam primeiro um contrato de casamento, que só podia ser desmanchado pelo divórcio). É claro que passou pela mente de Maria as consequências dessa proposta e eu acho, particularmente, que a palavra que gritou em sua mente foi MEDO.  Medo da segregação por ser uma mulher grávida e não casada, ou seja, adúltera; medo pelo apedrejamento que era a consequência dessa prática e medo do que o noivo José faria. Mas a adolescente interiorana resolveu crer e mostrou que ser mãe daquele que é o Salvador da humanidade “pesou muito mais na balança”.

Das coisas que aprendi com jovem Maria, uma marcante foi a sua coragem diante da Missão que lhe foi proposta. Maria foi extremamente valente com a eventualidade do acontecimento, visto as consequências que foram impostas.  Sem se preocupar com o quê? E como isso aconteceria? O que iria dizer para a sociedade? Como se portar frente à gravidez? Sem pensar ”meu corpo, minhas regras”, sem por a sua vontade à frente da vontade dEle. Maria foi submissa, porém submissa à vontade de Deus. E por ela ter agido assim, ela foi a escolhida. Ela resolveu crer e ir em frente; apesar de Deus estar com ela, a sua vida literalmente estava em risco. Como ter uma fé inabalável assim? Na verdade eu não sei, entretanto sei que essa fé vem de um relacionamento muito estreito com Deus e é um trabalho de “formiguinha”, penoso, mas com certeza irá valer a pena.

Imagine se Maria dissesse não? Claro que Jesus iria vir de qualquer modo, contudo provavelmente Maria iria se lamentar para o resto de sua vida. O medo não é ruim, mas cabe a nós decidirmos o que faremos com ele. Não deixe que ele te paralise. Precisamos ser como Maria.


Nathalia de Lima tem 23 anos e estuda Engenharia Florestal na UFRRJ.  É cristã e ABUense desde 2014. Faz teatro. Ama ler, dormir, açaí, chocolate, ficar de pijama o dia todo e deitar no sofá até cansar.


O conteúdo e as opiniões expressas neste texto são de inteira responsabilidade de sua autora e não representa a posição institucional da ABUB, outra instituição ou de todas as organizadoras e colaboradoras do Projeto Redomas. O objetivo é criar um espaço de construção e diálogo.

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