Nota do Projeto Redomas sobre a execução de Marielle Franco #MariellePresente
Na noite do dia 14 de março, Marielle Franco foi executada na região central do Rio de Janeiro. Os 9 tiros que a atingiram tinham destino e objetivo definidos.
Mulher negra, favelada, mãe solo e a 5ª vereadora mais votada nas últimas eleições, Marielle tinha sido recém nomeada relatora da comissão fiscalizadora da intervenção militar no Rio. Seu assassinato representa a tentativa de silenciar uma voz que dedicava a vida para defender os Direitos Humanos, denunciar estruturas opressoras e abrir caminhos para que outras/os chegassem ainda mais longe do que ela.
A morte de Marielle nos assusta. Nos paralisa por um momento e ecoa o grito de Eclesiastes de que nada faz sentido debaixo do sol. Ecoa o grito das mulheres negras que enfrentam a morte de frente todos os dias, mesmo vivendo para fazer do luto o verbo.
Um dia antes de ser executada, Marielle denunciava o homicídio de Matheus, jovem assassinado pela PM na porta de uma igreja evangélica na Favela do Jacarézinho.
Nosso desejo é que, nesse domingo de ressurreição, cristãs e cristãos levantem suas vozes e forças para impedir que continuem tentando calar as vozes proféticas que se posicionam contra a injustiça em nosso país. Que nossa vida cristã, liturgias e cultos proclamem que “o corpo negro, caído no chão, é templo do Espírito Santo” (Ronilso Pacheco)
Em meio a dor, encontramos esperança ao saber que Cristo carrega nossos fardos, enxuga toda lágrima e promete que nossa fome e sede de justiça será saciada. Que em meio ao luto, encontremos no Eterno a força para continuar lutando. Marielle, Presente!
“Para nos fazer visíveis é preciso narrar nossas histórias. E mais, é preciso assumir o protagonismo delas, é preciso não deixar cruzado o caminho entre as opressões e as violências sofridas, nos organizando de todas as formas possíveis: nas ruas, nas escolas, nas igrejas. É preciso erguer nossa voz.” – Nilza Valeria
(Trecho do texto “Erguendo a voz contra a morte certa”)
Em Cristo,
Equipe do Projeto Redomas.